Texto por Colaborador: Redação 10/12/2025 - 02:00

Vinda de uma cidade com apenas 43.500 habitantes, estrutura administrativa enxuta e um estádio para cerca de 8 mil torcedores, o Bodø/Glimt vive um momento histórico ao disputar pela primeira vez a Liga dos Campeões. Nesta quarta-feira, o clube norueguês faz sua estreia no SIGNAL IDUNA PARK, diante do Borussia Dortmund, em uma experiência considerada especial por jogadores e comissão técnica.

Mesmo ciente do desafio, o meio-campista Fredrik Sjøvold demonstra entusiasmo com o cenário.
“Vai ser uma experiência incrível jogar aqui. Estamos felizes e muito animados”, afirmou. Para ele, o ambiente não intimida: “Vamos tentar jogar nosso jogo. Não importa quantos espectadores estejam lá.”

O técnico Kjetil Knutsen também adota um discurso positivo e valoriza o caminho percorrido até aqui. “Tivemos uma longa jornada e conquistamos nosso doutorado participando da Liga dos Campeões. Por isso, cada jogo significa muito para nós”, declarou.
O treinador reconhece que a competitividade passa pela intensidade: “Se quisermos ser competitivos, temos que correr muito. Caso contrário, não temos chance contra os melhores times.”

Knutsen fez questão de elogiar o adversário e revelou o cuidado na preparação.
“Passamos muito tempo tentando descobrir como poderíamos contrabalançar a qualidade individual e a compacidade do Dortmund. Na quarta-feira podemos ver se conseguimos competir nesse nível.”
Houve destaque especial para o compatriota Julian Ryerson: “Ele tem um grande coração e é um grande jogador do qual podemos nos inspirar. Ele vai estar muito motivado.”

Na tabela, o Bodø/Glimt soma apenas dois pontos após cinco jogos e ocupa a 32ª colocação. Uma derrota em Dortmund reduziria ainda mais as chances de classificação, especialmente considerando os compromissos seguintes contra Manchester City e Atlético de Madrid. Ainda assim, a participação já é tratada como um feito histórico.

O clube disputa pela 12ª vez uma competição europeia, mas estreia nesta fase da Champions após três tentativas frustradas de classificação. O reconhecimento internacional cresceu especialmente após a campanha marcante contra a Lazio, no ano passado, que levou um time norueguês a uma semifinal europeia pela primeira vez.

A trajetória recente contrasta com o passado difícil: em 2010, o Bodø/Glimt esteve ameaçado de insolvência. Após o rebaixamento em 2016, o clube mudou sua mentalidade, apostou na formação local e colheu resultados com títulos nacionais em 2020, 2021, 2023 e 2024. Oito atletas do elenco atual são oriundos das categorias de base.

Knutsen, no comando desde 2018, é apontado como o principal arquiteto do sucesso, apoiado por um modelo de jogo ofensivo, pressão intensa e forte preparo mental, trabalhado com o ex-piloto de caça Bjørn Mannsverk.

Apesar de não vencer nos últimos jogos da Champions, o Bodø/Glimt apresentou números competitivos, com 57% de posse de bola e mais de 86% de precisão nos passes. Por isso, Nico Kovac alerta para o perigo da subestimação:
“Eles não marcaram pontos suficientes e sempre estiveram perto.”

O treinador do Dortmund também destacou o crescimento do futebol norueguês: “O futebol norueguês evoluiu muito nos últimos anos. O que está acontecendo lá é realmente ótimo e um projeto de vitrine para muitos outros.”

Para o Bodø/Glimt, mais do que um resultado, a noite em Dortmund representa a consolidação de um conto de fadas que nasceu no extremo norte da Europa e agora ganha palco no maior torneio do continente.

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